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Entrevista | Jorge Bornhausen classifica João Rodrigues como o grande líder do Oeste para 2022

Por: Marcos Schettini
25/05/2021 19:07 - Atualizado em 25/05/2021 19:34
Arquivo/Lê Notícias

Nome altamente respeitado na República, Jorge Konder Bornhausen, mesmo distante dos holofotes e tribunas, continua sendo um dos políticos mais respeitados do Brasil, aconselhando lideranças nacionais e catarinenses que buscam ouvir as orientações do experiente ex-governador.

Mantendo as recomendações sanitárias nestes tempos de pandemia, JKB concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, taxando-o como “negacionista” diante da crise do coronavírus no país. Confiante de que haverá o surgimento de um nome viável para construção de uma nova via em março do ano que vem, o ex-senador considerou o encontro entre FHC e Lula como “inoportuno”.

No cenário estadual, JKB observou alguns quadros do secretariado de Carlos Moisés como “medíocres” e apontou nomes para a sucessão eleitoral de 2022, como o de João Rodrigues — classificado por ele como “grande líder do Oeste”, Napoleão Bernardes, Gean Loureiro e Raimundo Colombo. Confira:


Marcos Schettini: Qual o cenário do Brasil neste momento e para onde o país está indo?

Jorge Konder Bornhausen: Vivemos no Brasil um momento difícil, a pandemia continua se alastrando e a vacinação caminha com lentidão. Temos um presidente negacionista, que não acreditou na violência da Covid-19, relaxou na compra de vacinas e continua a dar péssimos exemplos, provocando aglomerações e insistindo em não usar máscara. O país está mergulhando na crise sanitária, com uma inflação elevada, especialmente a de alimentos, e mais de 14 milhões de desempregados. É um triste cenário.


Schettini: Quem são os culpados?

JKB: Os governos do PT, que fizeram da desonestidade uma prática permanente e o atual que ignora mortes e sofrimentos, preferindo fazer ridículas passeatas, andando a cavalo ou de motocicletas.


Schettini: A CPI da Covid-19 está revelando uma desgraça ou é irresponsabilidade administrativa?

JKB: A CPI está até agora confirmando a irresponsabilidade do atual governo diante da pandemia, que teve à frente do Ministério da Saúde um general incompetente e ignorante, que chegou ao ponto máximo da irresponsabilidade, ao levar infectados de Manaus para outros Estados, disseminando uma cepa mais violenta e mortal para todo o país.


Schettini: O Sr. vê possibilidades de impeachment do presidente Jair Bolsonaro?

JKB: Não vejo como provável esta hipótese, pois o presidente Bolsonaro está amparado pelos desonestos do Centrão, com quem, despudoradamente, fez um acordo de sobrevivência.


Schettini: Há grandes reações contrárias à união dos ex-presidentes FHC e Lula da Silva. Como o Sr. vê?

JKB: Embora eu admita a importunidade do ato, devo ressalvar que o presidente Fernando Henrique declarou que votará no candidato do seu partido o PSDB.


Schettini: Quais são os possíveis nomes do centro com força para evitar o extremismo? A democracia está ameaçada?

JKB: Tenho convicção que a “nova via” se concretizará, não agora, mas em março de 2022. Quanto aos nomes, será um dos considerados atualmente pré-candidatos, que vier a se destacar ou, até mesmo, outro que ainda não tenha sido cogitado, mas que surja em função da necessidade extrema, de combatermos o passado de desonestidades e o presente de irresponsabilidades. Creio que a democracia não está ameaçada, já que confio no patriotismo dos integrantes das Forças Armadas.

Schettini: O governador Carlos Moisés escapou de duas cassações. Qual o significado disso?

JKB: O governador Carlos Moisés foi reprovado duas vezes, já que em ambos processos teve maioria de votos contrários, mas foi salvo pelo dispositivo legal que exigia o quórum de 2/3. Ele está hoje vivendo uma terceira época, mas não aprendeu a lição. Trouxe de volta um secretariado que, com raras exceções, é medíocre, não mandou a Reforma Administrativa para a Assembleia. Pior, renomeou o secretário da Saúde que afirmou debochadamente que o desaparecimento de R$ 33 milhões e a não entrega dos respectivos respiradores era “coisa do passado, página virada”. Assim será reprovado, novamente, agora nas urnas, se tiver a coragem de concorrer à reeleição.


Schettini: Qual a melhor coligação para SC e os melhores nomes que o Sr. votaria?

JKB: Considerando que MDB, PSDB, Progressistas e PL, desde já, optaram por candidaturas próprias a governador, apoio a formação de uma coligação constituída pelo PSD, DEM, Republicanos, Podemos e PSC, em torno, naturalmente, de um programa que possibilite o ressurgimento da boa prática política e administrativa em nosso Estado. Por outro lado, estes partidos possuem quadros qualificados, que sem demérito para outros, cito como exemplos o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes e o atual prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que são jovens e excelentes administradores já referendados nas urnas. Entre os mais antigos, lembro o nome do experiente ex-governador Raimundo Colombo e do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, o grande líder do Oeste.

Schettini: Que lição o Sr. tira de sua experiência política para explicar tudo que viveu na vida pública? O que vale o esforço?

JKB: A lição maior, que posso retirar da minha vida pública, é que devemos sempre incentivar os jovens que cultivam o bem comum, a dela participar. Graças a Deus e a escolha de auxiliares competentes, posso dizer que tive a alegria de ter obtido mais conquistas do que sofrido injustiças e frustações durante os 40 anos de minha longa vida pública.


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